sexta-feira, 24 de junho de 2011

Painel Apresentado no V Encontro Nacional de Linguagem, História e Cultura-ENALIHC





Entre a ficção e a realidade: os efeitos de sentido dos filmes de violência sobre os espectadores.

                                                                                            Orilzo de Campos Silva1

INTRODUÇÃO
O cinema é uma arte audiovisual que se caracteriza pela capacidade de retratar a realidade de forma ficcional ou documental. O artista cinematográfico utiliza elementos visuais que expressam a realidade e suscita debates sobre essa interpretação do real. A violência é um tema recorrente nas artes narrativas, mesmo nos primórdios das tragédias gregas, quando Aristóteles propõe que a tragédia tem um efeito catártico e, portanto, purificador das emoções de terror (phobos) e piedade (éleos).

JUSTIFICATIVA
As produções cinematográficas brasileiras têm retratado nas últimas décadas, de forma contundente, a violência vivida no meio social, em especial nos centros urbanos das grandes metrópoles, com destaque para o Rio de Janeiro e São Paulo. Sendo uma obra ficcional o filme Tropa de Elite 2, de José Padilha retrata, com verossimilhança precisa, a realidade nas favelas cariocas e proporciona uma leitura que leva em conta a tênue diferença entre realidade e ficção. Sob a ótica de projetar realisticamente formas de violência evidenciadas no cotidiano social o cinema expõe o público a mensagens audiovisuais que serão percebidas de maneira particular por cada indivíduo e que, portanto reagirá a tal influência e expressará em discurso ou mesmo em atos.

METODOLOGIA
Um episódio, descrito e comentado em um artigo de Marcelo Lyra (2010), na Revista Língua Portuguesa, antes de o filme ser realizado, provocou, segundo o autor, susto nos moradores do morro Dona Marta, no Rio de Janeiro, em função de gravações com tomadas externas do filme, dada a grande veracidade das cenas. A análise dessa relação se dará com base em entrevistas, com diferentes perfis de espectadores, formuladas a partir do texto de Marcelo Lyra (2010), visando a verificar os efeitos de sentido das cenas de violência sobre os espectadores do filme Tropa de Elite 2 e, em consequência, a relação entre ficção e realidade..

RESULTADOS ESPERADOS
As implicações discursivas presentes nas opiniões, postadas no artigo, remetem à questão da violência e o cinema e como isso é observado pelos sujeitos, que estão presentes na realidade violenta, reproduzida no filme, e pelos espectadores, que observam tal violência, sob a ótica da arte cinematográfica. Os objetivos pretendidos por este trabalho compreendem analisar os efeitos de sentido da linguagem fílmica sobre violência em diferentes expectadores e compreender a relação realidade x ficção a partir dos efeitos de sentido da linguagem cinematográfica sobre o expectador, em filmes que apresentem cenas de violência.

1-Acadêmico de Letras Campus de Cáceres- Universidade do Estado de Mato Grosso

segunda-feira, 13 de junho de 2011

O Aprendiz e O Iluminado


Ainda não descobri de maneira geral o objetivo desse blog, pra mim seria uma forma de juntar duas coisas importantes pra mim: a paixão pelo cinema e desenvolver a escrita. Uma das idéias iniciais era comentar todos os filmes mais importantes da década e de fato cheguei à comentar e indicar alguns deles. Entretanto percebo que esse blog vai se tornando cada vez mais o retrato de minhas experiências com a minha paixão. O quanto são intelectualmente estimulantes e o quanto essas experiências fílmicas interferem na minha percepção e formação como ser humano. Ontem descobri na minha cidade, Cáceres-Mato Grosso, um espaço perfeito para essas novas experiências, trata-se numa espécie de clube do filme. São sessões de filme no domingo no Taberna Balderrama, um espaço que freqüento. Após a exibição há a discussão sobre a obra e a escolha do filme para a próxima semana. É um espaço democrático e ontem até crianças participaram na discussão com apontamentos muito interesssantes. O filme exibido ontem foi O ILUMINADO (The Shining, 1980) de Stanley Kubrick. Já houve a exibição de "Laranja Mecânica" que eu infelizmente perdi. Bom, sobre o filme fora a polêmica entre obra literária e cinema que despertou polêmica à época que foi lançado, fiquei mesmo interessado em outro viés que pode ser observado no filme que ao invés de tratar o sobrenatural o filme seja um filme muito racional sobre a loucura que vai tomando conta do personagem de Jack Torrance feito pelo grande e ótimo Jack Nicholson. O isolamento é tratado em boa parte do filme, com espaços amplos e vazios. Essa é pra mim é a grandiosidade do filme, a maneira como a solidão e isolamento acabam por influenciar os personagens. Feito com detalhamento impressionamento e pioneiro no uso da steadcam é um filme pra ser admirado na forma como foi realizado e que como toda boa obra deixa margem à diferente interpretações e citações. Deixando a polêmica se um filme de terror ou drama e suspense. Mas sem dúvida nenhuma uma obra de arte.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Sobre Cinema e Lobos


Ontem à noite foi o dia de assistir " A garota da Capa Vermelha ( Red Riding Hood) de Catherine Hardwick um conto moderno da versão da Chapeuzinho Vermelho. Bom entretenimento sem maiores compromissos. Mas me fez lembrar das histórias de lobisomen e especialmente um dos melhores filmes de lobisomen e que consegue juntar terror e entretenimento. Particularmente filmes de terror não me atraem tanto, especialmente com cenas de tortura ou algo parecido, gostei do primeiro Jogos Mortais pela inventividade da história, as sequências as torturas e mutilações foram aumentando e confesso que só assisti o segundo filme da franquia. Mas entendo e respeito o gosto pelo terror e por sangue dos espectadores. Mas eu falava de um filme de terror sobre lobisomen trata-se de "Um Lobisomen Americano em Londres"(An American Werewolf in London) de John Landis que me impressionou muito na época e o que me deixa espantado ainda hoje é  como uma história bem contada às vezes é mais importante que o gênero do filme, a maquiagem e os efeitos foram inovadores para a época. Mas uma história ou um bom contador de história é o que realmente nos emociona, nos assusta e nos perceber que vimos em ótimo trabalho.

sábado, 4 de junho de 2011

O curta metragem mais premiado do mundo segundo o Guiness Book

"Porque Hay Cosas Que Nunca Se Olvidan" é o filme mais premiado do mundo com 300 prêmios recebidos, aqui o link do filme do talentoso diretor. http://www.youtube.com/watch?v=uuge2gtuNVU

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Premiação do 1º Festival de Cinema de Cáceres

Terminou ontem de forma emocionada o 1º Festival de Cinema de Cáceres. Vida longa ao festival que entre os dez curtas exibidos na mostra competitiva teve a inscrição de dois curtas locais: "Trabuco" e "Tiros E.M. Novo Oriente". Os  premiados  do festival foram:
1º lugar- " Caio André"
2º lugar- " De Silêncios e de luz"
3º lugar-- " Vestígios do tempo"
Prêmio especial para melhor diretor para Luiz Marchetti por " Caio André".
Jovens diretores exibiram seus  filme, o público participou e foram exibidos vídeos realizados durante a oficina de audiovisual que ocorreu paralelo à mostra do festival. Experiência única e celebração à paixã que o cinema desperta

sábado, 28 de maio de 2011

Primeira Impressões 1º Festival de Cinema de Cáceres

Sentado na primeira mostra com alunos da Escola Tancredo Neves, única escola do Munícipio de Cáceres que não entrou em greve. Encontro com uma amiga professora e conversamos antes de iniciar a sessão. Então começa a exibição dos curtas: "Nó-de-rosas" de Glória Albués, filmado em Cáceres e Twianacu na Bolívia, filme interessante sobre um mulher em busca das origens, comecei a rir ao ver as reações dos alunos com as cenas sensuais do filme. O segundo curta é " A cilada com 5 morenos" filmado em Cuiabá e Chapada, sobre resgato da música cuiabana. Gostei muito de saber das realizações de filmes aqui na nossa região, extremamente estimulante e com resultados belos. Ótimo primeira dia.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

A árvore da vida ganha a Palma de Ouro em Cannes 2011

Uma pausa para comentar o vencedor do Festival de Cannes desse ano, A Árvore da Vida do diretor Terrence Malick levou cinco anos para ser levado ás telas encontrando dificuldades para ser distribuído. Ainda não vi o filme mas é uma satisfação ver que a visão de um diretor feito com belíssimas imagens é prestigiada e valorizada, mesmo sendo algo raro hoje em dia. Ansioso para ver o filme e conferir a visão de Terrence Malick sobre a origem da vida. Grandes expectativas.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Antes do Pôr-do -sol ( Before Sunset,2004) de Richard Linkater

Tenho uma ligação emocional com esse filme por que sou um dos poucos que assistiram a primeira parte Antes do Amanhecer (Before Sunrise) feita em 1994. Me apaixonei pela história e pelos personagens e reencontrá-los dez anos depois foi um desses privilégios que o cinema propicia. O roteiro é construído em um dia na vida do americano Jesse e da francesa Celinne que tem menos de duas horas pra conversarem sobre suas vidas e desencontros em quase dez sem se encontrarem antes dele pegar seu avião para voltar para casa. Tudo isso acontecendo em Paris, uma espécie de testemunha silenciosa desse encontro. Os diálogos são de uma sutileza permeada de humor, dissimulação até finalmente resultar em confissões tão poderosas e verdadeiras que nos envolve nas emoções das personagens.É uma espécie de anti-romance ou mesmo a história do amadurecimento de dois jovens que se encontram em momentos de questionamentos e que aos poucos vão se abrindo para ilusões e sentimentos guardados.O amor pode oscilar entre o doce e o amargo é o que filme nos propõe este belíssimo filme.

Desejo e Reparação (Atonement,2007) de Joe Wright

Um dos melhores filmes da década com certeza, graças a um final com um extremo impacto emocional. Mostra a força da arte literária que pode misturar dois mundos: o real e o imaginário. Dando novos desfechos aos personagens. É o típico filme que quanto menos se fala melhor as surpresas que são reservadas. O que aparentemente seria apenas mais um romance épico tradicional se mostra um trabalho criativo de edição e um roteiro com uma narrativa brilhante e surpreendente. Desejo e Reparação é ricamente produzido com detalhes que reafirmam a força do cinema em contar histórias que nos permitem emocionar, imaginar e nos impactar com a nossa natureza humana que está refletida no cerne da história. Brilhante e inesquecível.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Herói (Yīngxióng,2002) de Zhang Yimou

Talvez seja um filme que representa toda uma nação, no caso a nação da China, com todo o seu aspecto épico e a grandiosidade da história sem necessariamente ter a pressa em ser contada. E sobretudo a riqueza cultural oriental  mostrada em detalhes nas cenas. Grandioso em muitos sentidos, mas em especial na maneira artística como foi concebido. A fotografia é espetacular onde cada ponto de vista é contada com uma tonalidade de cor diferente, sendo cada cor colocada de forma arrebatadora. Tem a tradição dos filmes Wushia, com irreais movimentos de ação mas que não compromete em nenhuma momento a linearidade da obra. Ao mesmo coloca valores e questões universais como a violência, unidade, política,amor e honra. É com certeza um dos mais belos filmes já feitos.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Brilho Eterno de uma mente sem lembranças (Eternal Sunshine of the Spotless Mind,2004) de Michel Gondry

Um dos melhores roteiros já escritos para o cinema. Original e humano à só tempo. Acompanhamos quando um personagem se arrepende de querer apagar sua ex-namorada da mente e tenta escondê-la em suas memórias. Romântico e absolutamente genial na concepção das imagens e lembranças. Consegue um efeito nostálgico e diálagos inesquecíveis. O filme analisa as idas e vindas de um relacionamento, mostrando que o fim pode justificar os meios de um envolvimento ou vice versa. Ao final, temos a impressão e com certeza é verdadeira, de ter visto uma obra-prima. De fato é, por conseguir exprimir a força das palavras em imagens com tanta ousadia e maturidade artística.

Encontros e Desencontros (Lost in Translation,2003) de Sofia Coppola

Dois estranhos, uma jovem casada e um ator decadente se encontram no Japão e nasce uma identificação entre  eles. Acompanhamos os dois em uma crescente intimidade que fica difcíl de definir se é uma amizade ou um romance. É exatamente essa indefinição que é a grande magia do filme, pois existem sentimentos e momentos complexos demais para exprimir em palavras, assim como num idioma diferente ficamos perdidos em expressar o que queremos ou sentimos de verdade. Eles se juntam numa cumplicidade que desafia rótulos e faz os sentimentos ficarem à bel vontade do expectador, confiando na sua capacidade de interpretar e finalizar uma história por si só. Um filme que nos alcança no interior e nos faz lembrar a beleza da indefinição.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

The Edukators (Die Fetten Jahre sind vorbei, 2004)de Hans Weingartner

Um filme que representa a juventude, onde se reflete e se contesta o mundo em que se vive, sonhos são pensados de maneira apaixonada e os amores estão em ebulição. Mas e se no meio do caminho você encontra alguém que faz com que você repense tudo isso? Eis a proposta desse filme alemão que fala de três jovens engajados que protestam invadindo casas de pessoas da classe alta até que se deparam com um dos moradores e acabam improvisando um sequestro. Os caminhos percorridos não tem volta, assim como as mudanças que vão acontecendo com os personagens contados de maneira original e simplesmente envolvente com um triângulo amoroso irrestível e marcante. Filme corajoso, belo, contestador e inesquecível como toda juventude deve ser.

A voz do coração ( Les Choristes,2004) de Christophe Barratier

Música e cinema são combinações mágicas. Esse filme mostra isso de maneira brilhante com a história de um tutor que começa à trabalhar numa insituição com jovens desajustados e em flashback um dos seus alunos relembra todo o período em que foi influenciado por esse tutor quando este teve a idéia de criar um coral com os garotos. As músicas cantadas e tocadas durante são de uma beleza encantadoras e inesquecíveis e a história de mestre e alunos é construídas com calma para no final nos arrebatar de maneira surpreendemente. Um filme  simples e belo mas carregado de sentimentos e nostalgia, provando mais uma vez o poder libertador da música.

Mar Adentro (2004) Alejandro Amenanábar

Vida e morte brigam nesse filme, graças à um personagem carismático que deseja a morte mas não tem meios de concretizá-la pois já fazem mais de 20 anos que é tetraplégico, o filme conta a história real de Juan Sampedro. Somos envolvidos pelo personagem e assim como as personagens que o cercam ficamos divididos entre realizar seu desejo e permanecer perto dele. É impressionante a força de suas palavras como a poesia no final do filme e a vontade humana que ainda permanece com Juan. Sua  imaginação  consegue tirá-lo do seu quarto e levá-lo para os lugares queridos. Um filme terno, sensível e profundamente inspirado. Forte em suas conclusões mas também na maneira como as relações afetivas envolvem à todos. Simplesmente ótimo.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Os Excêntricos Tenembauns ( The Royal Tenenbaums, 2001) de Wes Anderson

Uma fábula moderna sobre o fracasso de uma família de gênios e a relação com um pai trambiqueiro mas que no fundo do seu egoísmo se descobre um ser humano de verdade. Cômico, nonsense, visual original e trilha sonora inesquecível marcam esse filme. As músicas se mesclam ao sentimentos dos personagens, ora melancólicos, ora divertidos. Filmes não são feitos para lição de moral ou de sucesso,mas esse filme mostra que ás vezes o fracasso pode significar muitas a oportunidade de um novo começo assim como um simples perdão. O título em português é apropriado, a família é excêntrica e nos divertimos com suas reveses e confusões que acontecem durante a trama, porém todos igualmente encantadores e talentosos à sua maneira. Filme brilhante e excêntrico como os próprios Tenembauns.

terça-feira, 5 de abril de 2011

O fabuloso destino de Amélie Poulain (Le fabuleux destin d'Amélie Poulain ,2001) de Jean-Pierre Jeunet

Qual sensação de comer alguma guloseima em uma confeitaria que você gosta? Bom a sensação de assistir esse filme é quase a mesma, é um filme delicioso, magicamente editado e fotografado, uma fábula moderna e criativa e uma trilha sonora que é uma das melhores da década, tão alegre e luminosa que combina perfeitamente com todo o filme. O mais sensacional em Amélie é acompanhar a história e se apaixonar pela personagem, torcer por ela e ao final descobrir que ao  menos no cinema, ao menos um dia a vida pode ser uma celebração e ser totalmente maravilhosa.

Na natureza Selvagem ( Into the Wild, 2007) de Sean Penn

O melhor filme da década e o meu filme favorito, os filmes que nos tocam são aqueles que temos algum identificação pessoal, é o caso desse filme. A história do jovem que larga tudo para viver intensamente a liberdade e a vida selvagem mostra também as imperfeições humanas e a vontade de independência, amor à beleza e as forças da amizade e das relações feitas no caminho da história real do jovem Christopher McCandless. A trilha sonora, montagem e fotografia são feita com uma harmonia impressionantes e o filme mostra o talento de Sean Penn em escrever e dirigir uma história onde temos um personagem complexo e carismático ao mesmo tempo, acompanhamos sua aventura e desejamos ser amigo dele, um convite: assista o filme esteja aberto às idéias e os sentimentos que ele provoca, isso é cinema em sua essência, nos entretem, nos emociona e nos faz refletir na nossa condição humana.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Quase Famosos de Cameron Crowe (Almost famous,2000)

Um filme que te pega pela mão e te chama para viajar com ele, se perder exatamente como o personagem principal está perdido, se apaixonar pela personagem de Kate Hudson, apreciar o som da banda, gargalhar com os momentos hilários, se sentir partir de uma família e depois o próprio inimigo, esse filme fala exatamente de um momento da vida de um personagem que se confundem com a própria  década que se passa a história, um tempo de experimentações musicais e afetivas, um filme alegre e nostálgico ao mesmo tempo com momentos absolutamente fantásticos e com certeza um dos melhores filmes da década.

Requiém para um sonho de Darren Aronofsky ( Requiem for a dream,2000)

A trilha sonora é inesquecível, as cenas são brutais e a atuação de Ellen Burstyn torna essa viagem pelo pesadelo das drogas umadescida ao mesmo tempo alucinante e mostra lenta e eletrizante à dependência, as imagens por vezes são retorcidas e nos colocam em situações reais e dolorosas, mas é impressionate a experiência que o filme oferece, um trabalho moderno e fascinante para um universo da dependência onde a pessoa sem perceber se vicia e faz de tudo pelo vício entre delírios e entrega do corpo.

Billy Elliot de Stephen Daldry (2000)

Um garoto que faz aulas de boxe de repente descobre que tem um talento especial para o balé tem que enfrentar os preconceitos mas em especial do próprio pai. Um filme sobre o talento artístico incontido e que pode ser sufocante se não expressado de alguma forma, uma história emocionante e mostrando como a força do talento e da arte podem mudar as perspectivas mesmo dos mais brutos, um dos filmes onde a dança dá lugar a explosão de sentimentos e mesmo de desafiar conceitos e valores, no caso do pai rústico e realista representado na história, simplesmente um filme inesquecível e profundamento singelo.

Naufrágo de Robert Zemeckis (Cast away,2000)

Um homem viciado em trabalho sofre um acidente de avião e caí numa ilha onde a única companhia é uma bola de vôlei que se torna seu grande amigo nos anos que fica na ilha, eis um trabalho comovente de Tom Hanks onde a cena onde ele não consegue salvar o amigo Wilson no caso a bola de vôlei demonstra a necessidade humana de comunicação e de manter a esperança, não só a transformação física impressiona como a própria inaquedação de um ser humano que depois de anos isolado volta a viver em sociedade é reflexiva, com certeza um dos melhores filmes da década pela proposta de acompanharmos e nos envolvermos com um personagem fascinante chamado Chuck Nolan.

Dançando no Escuro de Lars Von Trier (Dancer in the dark)

Esse filme é uma experiência emocional que chega a ser ao mesmo tempo torturante e a só tempo repleto de ternura e beleza, um musical que nos depara com a cruel natureza humana e a única redenção é o amor incondicional de uma mãe por um filho que assim como ela vai perder toda a visão se ela não conseguir todo o dinheiro suficiente para uma cirurgia, díficil não se emocionar e se incomodar com a história, é uma experiência única ouvir as músicas e as emoções verdadeiras de Björk, uma cantora e atriz que não interpreta mas sim vive a personagem mais doce e sofrida dessa década, Selma. Um trabalho de arte e dor.

Os melhores filmes da década